Com ou sem tarifaço, carne brasileira é sucesso global

A pecuária brasileira vem atravessando nos últimos anos uma intensa agenda de transformações, profissionalização e visão empresarial. O setor evolui impulsionado por pesquisa e inovação, bem como pelos investimentos dos produtores, sobretudo em sanidade, genética, nutrição e manejo das pastagens.

A adoção intensa de tecnologia no segmento - inclusive digital - vem encurtando o ciclo de abate, aumentando o rendimento, beneficiando a receita do pecuarista e elevando a qualidade da carne no mercado doméstico e internacional em uma jornada em acordo com o meio ambiente, ou seja, de forma sustentável.

No âmbito do processamento, o Brasil é berço das principais marcas globais, que investem profundamente em originação e rastreabilidade. Além de assegurar o abastecimento interno - 70% da produção fica por aqui -, a cadeia produtiva da pecuária gera excedentes exportáveis, que posicionam o Brasil como grande exportador para mais de 150 países.

Este foi o principal recado apresentado pelo executivo do Minerva Foods, João de Almeida Sampaio Filho, na mais recente reunião do Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Em linha com este diagnóstico, o próprio presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, que também já participou de encontro no nosso Conselho, estima que - apesar do "tarifaço Trump" - as exportações de carne bovina devem registrar alta de 12% em volume e de 16% em receita este ano. Nesta agenda, as esperanças foram reforçadas com a recente aproximação dos presidentes Lula e Trump.

Além disso, o Brasil se mantém firme como grande fornecedor de carne bovina para China - nosso principal cliente -, bem como ativo nas negociações para abertura de mercados altamente remuneradores, como Japão, Turquia e Coreia do Sul, além de estar atento a oportunidades no sudoeste asiático - Indonésia, Malásia, Singapura, Filipinas -, assim como no Oriente Médio e África.

A grande realidade é que o potencial da carne bovina brasileira é enorme, tanto na linha de proteína commodity, quanto de cortes mais nobres e de produtos diferenciados, com certificação de selos orgânico, halal, kosher, denominação de origem, carbono neutro, e assim por diante, como bem concluiu João Sampaio no Conselho do Agro.

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IMAGEM: Tiago Queiroz/AE